segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Folhetim Cultural: Série Folhetim 2011: O Poeta Entrevista

Folhetim Cultural: Série Folhetim 2011: O Poeta Entrevista: "O Poeta Entrevista como o nome já diz será um quadro de entrevistas com artistas da região, o primeiro entrevistado do O Poeta Entrevista..."

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A morte faz mestrado

Fica fácil para os tele jornais dizerem em suas manchetes que mais um homem louco invadiu um supermercado e esfaqueou seis pessoas e que uma dessas pessoas veio a falecer.



Mas noticiar à morte ficou difícil demais para os informantes de plantão. Nos dias de hoje para se planejar uma morte, primeiro é necessário que haja um estudo do solo sim, pois será que as terras onde iremos colocar nossas bananas de dinamites são férteis? Assim como o solo é necessário que estudemos o ar, pois é sobre ele que vamos cruzar o mundo com nossos caças de guerras franceses de primeira qualidade. E por fim o último estudo e o mais importante é claro, o corpo humano. Existe toda uma anatomia por traz do suicídio precoce dos homens bombas, para se tornar um você tem que ter de preferência o ensino superior completo.

A morte abriu a sua própria escola, seus professores são lideres fascistas da Al Qaeda, formados em berços Vietnamitas. Estudar nessa escola está cada vez mais caro, por isso a faculdade da morte está distribuindo bolsas para estudantes carentes que não podem pagar o alto preço que é o suicídio. Mas invadir supermercados e esfaquear pessoas talvez já tenha virado mais uma dessas modas que o Brasil copiou dos Estados Unidos. A paz já não tem mais tanta importância. Para se tornar um terrorista é necessário ter atitudes inesperadas e inexplicáveis de um louco fanático que coleciona almas.

quarta-feira, 31 de março de 2010

O espetáculo da morte

Fecharam-se as cortinas de um crime bárbaro, que aos poucos virou espetáculo nacional. O assassinato de uma criança com toda a sua ternura e meiguice nos leva ao desconhecido desejo de conhecermos o vasto mundo do delito o mais fétido.
Isabella Nardoni uma criança até então desconhecida, morta brutalmente por um homem que um dia por inocência ela chamou de pai. Um parricídio que não respeitou se quer a ética moral do crime, deixando nos familiares dessa menina um vazio que jamais será preenchido.
O que leva uma pessoa a cometer um crime como esse e jurar de pés juntos que não foi ele? Aumentado dessa forma cada vez mais o ódio da população que fazia passeatas clamando por justiça. São essas mesmas pessoas que há dois anos atrás montaram platéias envolta do edifício London (local do crime) e da delegacia. Não podemos separar o joio do trigo, mas quando vi aquelas pessoas com cartazes e fotos da menina Isabella, pinchando às paredes da casa dos pais de Alexandre Nardoni deixando transcorrer a ideia de que são eles cúmplices deste crime bárbaro, culpados porque geraram um monstro.
Estariam essas pessoas lutando por justiça, ou estavam esperando a oportunidade de aparecerem numa foto jornal?
Alexandre Nardoni, Anna Carolina Jatobá foram condenados por um júri popular, homicídio triplamente qualificado pela morte de uma criança menor de quatorze anos. Trinta e um anos um mês e dez dias, vinte e seis anos e oito meses. Pergunto seria essa uma pena justa? Seria se não soubéssemos que os dois apenas passarão no máximo dez anos na cadeia. Mas a justiça foi feita isso é o que importa, mas assim como disse Shakespeare. “O perdão supera essa imponência, é um atributo que pertence a Deus, e o terreno poder se faz divino quando a piedade curva-se a justiça.”


Ou seja vamos sair nas ruas enquanto há amor entre os homens, vamos tirar os narizes de palhaço , vamos fazer cartazes e clamar por justiça para várias Isabella que ainda estão vivas a mercê da boçalidade de muitos homens. Ou será que a população se esqueceu que vivemos em um país onde a pedofilia é predominante, onde todos os dias um criança é violentada sexualmente? Essas crianças estão perdidas nos bairros periféricos das grandes cidades e trazem nos ombros um mundo sem luz e sem vida. Vamos acabar com este circo de espetáculos sem graças.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O quadro.

São Paulo uma exposição de belas artes que retrata um pouco de mim, de você, da humanidade. São Paulo de vários povos uma miscigenação que une o rico ao pobre, cada família com sua estirpe e uma crença religiosa que muitas vezes não bate com a do outro, gerando um conflito entre o homem e o sobrenatural.

São Paulo de judeus, palestinos, chineses e israelitas; o mundo vive aqui. Pessoas que largaram suas famílias, seu país em busca de uma vida melhor, pessoas que largaram as cidadezinhas do interior para ganharem a vida na maior cidade da América latina. Uma exposição de prédios e poucas casas de carros e pessoas de sombras indiferentes, de máquinas e tecnologias que destroem o nosso meio ambiente. Algumas invisíveis outras nem tanto transformando essa metrópole em um horizonte morto.
Como um quadro obscuro São Paulo é repleto de surpresas obras vivas pintadas com cores e sombras indiferentes, rostos e pernas se perdem entre neblinas sonolentas. Um impacto agressivo que a obra não mostra, um degredo não cumprido medo, dor, fome a vitrina da revolta no olhar de uma criança. Crianças essas expostas por todos os cantos dessa cidade em retratos que a burguesia não olha, inundando a alma obscurecendo a mente, afogando o sonho. Sonho de ser criança.
São Paulo sua beleza me encanta tantas ruas e nenhuma igual à outra, tantos prédios um mais lindo e maior que o outro. As obras do arquiteto Oscar Niemaier fazem de ti uma cidade encantadora.
Há vários quadros na parede do meu quarto, há tantas formas de se ver o mesmo quadro, mas eu não olho para nenhum dele seu olho para esse quadro de cores vivas e cintilantes tão vivas que em ti retratada até se mechem, os carros e as pessoas pelas suas ruas andam, os pássaros e os aviões voam, cantam e fazem barulho e nos prédios vejo as luzes apagando e ligando, vejo escurecer e anoitecer e você continua do mesmo jeito.
Eu te olho São Paulo da janela do meu quarto.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um ano em sete dias

Mais doloroso do que perder um ente querido num acidente de voo causado por uma falha humana, como o que ocorreu em São Paulo em julho de dois mil e sete, só mesmo um acidente inexplicável, onde certamente não há em quem jogar a culpa.
O que explica as mudanças climáticas dos últimos tempos? Quantos prejuízos a chuva nos causou, quinze mil famílias desabrigadas em menos de sete dias de um novo ano.

Quanta dor, para muitos papai Noel foi embora cedo demais, os fogos de artifício foram recolhidos não houve barulho nem festas, o branco do réveillon deu espaço ao pretinho básico o país esta de luto. A geologia tenta encontrar entre os destroços uma resposta. O que explica as barreiras em Angra e as enchentes na zona leste paulistana? Não quero entrar no mérito de que a culpa é apenas dos órgãos nacionais competentes. Esse é outro tema a ser discutido.
Certo é dois mil e dez já está ai, mas a realidade de um ano inteiro chegou cedo demais, no ano passado o Brasil se dedicou aos estudos da construção de novos estádios para a copa de dois mil e quatorze, em aumentar a segurança nas favelas do Rio de Janeiro mal esperávamos uma rasteira como essa. O Brasil perdeu até  nas missões de paz do Haiti até agora quinze brasileiros foram mortos pelo terremoto, que pegou a todos de surpresa.
Por isso é necessário que nos incomodemos sim; não devemos dormir sossegados enquanto não acharmos uma resposta para esse impossível acidente natural, não será possível comemorarmos um hexa campeonato se nosso país e afoga todos os dias na ignorância propriamente dita. Ou vamos ficar sentados enfrente aos nossos televisores assistindo as alfinetadas dos coronéis nos petistas, que certamente vão usar dessas dores para fazerem campanha eleitoral?
Só nos resta saber se Dilma Russef irá passar uma noite apenas em uma dessas casas interditadas pela defesa civil, para mostrar ao povo que assim como o seu antecessor também é filha do Brasil?

O amor da minha vida foi um neguinho

Sempre fui apaixonado por belas morenas, de coxas boas e belas nádegas. Muitas dessas morenas só tinham de belo a bunda, eram as famosas “Raimundas.” Até que em minha vida entrou o Neguinho.
Eu era apenas um moleque até que com o tempo ele me apresentou ao mundo, me mostrou a vida. O seu jeito acanhado aos poucos conquistou minha família inteira e quando vimos ele já fazia parte de nós, comia conosco, dividíamos a mesma cama.
O Neguinho não falava apenas se expressava numa maneira de nos pedir algo, nos enchia a paciência até que conseguíssemos entender qual era o seu pedido. Quando ele estava quieto eu chegava perto tentava ler a sua mente e adivinhar o que ele estava pensando, muitas vezes era falta de carinho um mimo bobo que para ele valia muito.
Neguinho tinha um velho hábito de encarar as pessoas olho no olho, era uma forma de conquistar o respeito. Certa vez uma garota veio até a minha casa, era tão magra que a pobre parecia ser anêmica, passou pelo Neguinho e se quer olhou para ele que irritado grudou no pescoço da garota. Foi difícil conte-lo aquele dia, mas ele apenas deixou uma marca de seus dentes, foi uma forma brutal que ele achou para conquistar o respeito já que ela se quer olhou nos seus olhos.
O tempo passou ele foi ficando doente, a cada dia ele ficava mais debilitado, incapaz se quer de latir para quem abrisse o portão de minha velha casa, sua mente já não falava mais comigo apenas o seu olhar que muitas vezes desviando-se de mim parecia me implorar “ajude-me.”
A tortura durou dois meses e meio não tive coragem de mandar sacrificá-lo, achava que as pessoas poderiam fazer sabão do pobre Neguinho. Até que a vida o levou e eu não pude fazer mais nada, fui até o pasto próximo a minha casa abri uma cova e enterrei sem cerimônias o cachorro que me apresentou ao mundo e que me ensinou que o respeito está no olhar de cada um. Orei pela sua alma e sai de lá com a certeza de que a sua morte até foi dolorida, mas no fundo foi prazeroso para ele morrer no lugar onde tudo começou.



“A o meu cachorro Neguinho que em minha vida,

foi mais parente que muita gente.”

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Poesia Amazônia

Poesia: Amazônia


As aves não mais voam
Os peixes não mais nadam
Os pássaros não mais cantam
As pessoas não mais se amam.

Tudo isso por culpa do homem e a sua maldade
Tudo isso por culpa do homem e a sua falta de caridade.

As nossas matas desmatadas
As nossas florestas devastadas
Nossos animais em extinção
Nosso medo da poluição.

A Amazônia é nossa devemos protegê-la
A Amazônia é nossa devemos amá-la.

Viva o verde, viva a Amazônia
Viva os índios, viva a alegria.



Por: Maguinilson de Oliveira.