segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tanto faz, tanto fez


Tanto faz, tanto fez
Eu estava indo para a faculdade, quando passei o pedágio da rodovia Presidente Dutra, um transito infernal me esperava no trevo de Bonsucesso (Guarulhos). Ambulâncias, carros do corpo de bombeiro, polícia militar e federal, buscavam espaço entre os carros para tentar salvar uma morte que certamente já era certa.
Eu vi pessoas correndo pelo acostamento cheio de carros desesperadas em seus celulares buscando uma ajuda que não conseguia sair do lugar. O sentimentalismo das pessoas que não estavam envolvidas diretamente naquele acidente era zero, enquanto os que corriam no acostamento choravam outros faziam piada, o motorista do ônibus em que eu estava descia no acostamento, acendia o seu cigarro e subia uma vez ou outra quando os carros andavam. Ao lado, dentro de um caminhão vi três homens sorrindo como se estivessem em um parque de diversões travados nos carrinhos de bate - bate.
Na pista além dos carros me deparei com vendedores ambulantes que aproveitaram o momento de lentidão, para ganharem o dinheiro do pão.
De repente uma ligação recebida por um passageiro que estava no ônibus em que eu estava, dizia o motivo daquele trânsito infernal. Dois ônibus fretados colidiram-se. Provavelmente um caminhão que estava quebrado do lado esquerdo da pista tenha sido o motivo da colisão. Os alunos que estavam dentro do fretado se desesperaram e pularam a saída de emergência do ônibus. Os mais prejudicados foram os motoristas, pois receberam a maior força do impacto, pó de cerra foi jogado na pista para evitar que o óleo que vazou do veículo se espalhasse ainda mais.
Os ônibus envolvidos no acidente eram da empresa Grandino que tem a sua matriz situada na cidade de Guarulhos e da empresa Starbel de Santa Isabel. A viajem seguiu eu fui para a minha faculdade e o ônibus em que eu estava continuou até o seu destino final.
Depois quando eu cheguei em casa e me deparei digitando essa notícia, conclui que a vida é rápida demais e eu devo aproveitá-la ao máximo, hoje foi um ônibus da Starbel, mas amanhã pode ser o meu por isso eu tenho que estar preparado e viver intensamente sem me preocupar com ninguém. Estou em segurança na minha casa, assim como aqueles três que estavam rindo dentro daquele caminhão provavelmente estão, assim como o motorista do meu ônibus que largou o volante para ir fumar o seu cigarro no acostamento também está. Mas e os envolvidos diretamente com aquela dor, que corriam desesperados em busca de um socorro será que eles estão em suas casas? Ah isso tanto faz, tanto fez.

Bruno Martins
21/05/2012