domingo, 6 de setembro de 2009

Ressuscitaram o rei enterraram a realidade.

Durante dois meses o mundo parou para acompanhar a misteriosa morte de Michael Jackson. Varias homenagens foram prestadas ao rei do pop em todo o mundo, nascido em Gary nos Estados Unidos começou a cantar aos cincos de idade como líder do “Jackson Five”, mas não iremos relembrar a vida desse pobre homem, vamos sim refletir sobre os fatos ocorridos antes e após a sua morte.
Quem se lembra de Neda Agha Soltan a jovem protestante que foi morta durante um protesto nas ruas do Irã? O vídeo onde a mesma aparece agonizando no chão, depois de ter levado um tiro no peito a queima roupa que ninguém sabe dizer de onde veio rodou o mundo.
Os protestantes acusam os militares de terem matado Neda, já os militares se defendem dizendo que apenas usavam balas de borracha para conter os oposicionistas que protestavam contra a reeleição do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. O mesmo conseguiu proibir que a imprensa cobrisse o massacre que ocorre em seu país, mas não conseguiu impedir que os vídeos amadores que mostram que a tortura é a arma que representa o autoritarismo de seu governo, fossem vistos pela internet.
Mahmoud Ahmadinejad e Michael Jackson, o que eles têm em comum? Um virou rei sem medir esforços, mesmo com as acusações de pedofilia sempre conseguiu sair pela tangente, seu dinheiro comprou tudo menos a sua salvação. Já Ahmadinejad traz em seu perfil um idealismo próprio de poder, o que podemos chamar de nacionalismo exagerado. Mas ele conseguiu o que queria disperçar os olhos da mídia de seu país, com a morte de Michael Jackson o Irã deixou de existir e seus protestos já não são mais acompanhados nem em vídeos pela internet.
Certo é conhecemos Neda Agha Soltan no seu momento mais intimo, participamos de sua morte e mesmo assim a esquecemos, enterramos junto com ela a realidade e o Irã já não existe mais. Agora o mundo parece estar se preparando para a missa de sétimo dia da misteriosa morte de Michael Jackson.

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