São Paulo uma exposição de belas artes que retrata um pouco de mim, de você, da humanidade. São Paulo de vários povos uma miscigenação que une o rico ao pobre, cada família com sua estirpe e uma crença religiosa que muitas vezes não bate com a do outro, gerando um conflito entre o homem e o sobrenatural.
São Paulo de judeus, palestinos, chineses e israelitas; o mundo vive aqui. Pessoas que largaram suas famílias, seu país em busca de uma vida melhor, pessoas que largaram as cidadezinhas do interior para ganharem a vida na maior cidade da América latina. Uma exposição de prédios e poucas casas de carros e pessoas de sombras indiferentes, de máquinas e tecnologias que destroem o nosso meio ambiente. Algumas invisíveis outras nem tanto transformando essa metrópole em um horizonte morto.
Como um quadro obscuro São Paulo é repleto de surpresas obras vivas pintadas com cores e sombras indiferentes, rostos e pernas se perdem entre neblinas sonolentas. Um impacto agressivo que a obra não mostra, um degredo não cumprido medo, dor, fome a vitrina da revolta no olhar de uma criança. Crianças essas expostas por todos os cantos dessa cidade em retratos que a burguesia não olha, inundando a alma obscurecendo a mente, afogando o sonho. Sonho de ser criança.
São Paulo sua beleza me encanta tantas ruas e nenhuma igual à outra, tantos prédios um mais lindo e maior que o outro. As obras do arquiteto Oscar Niemaier fazem de ti uma cidade encantadora.
Há vários quadros na parede do meu quarto, há tantas formas de se ver o mesmo quadro, mas eu não olho para nenhum dele seu olho para esse quadro de cores vivas e cintilantes tão vivas que em ti retratada até se mechem, os carros e as pessoas pelas suas ruas andam, os pássaros e os aviões voam, cantam e fazem barulho e nos prédios vejo as luzes apagando e ligando, vejo escurecer e anoitecer e você continua do mesmo jeito.
Eu te olho São Paulo da janela do meu quarto.