A última vez que a arte foi vista estava caminhando pela praia numa tarde cinzenta, chovia muito ela entrou no mar e nunca mais foi vista.
Antes da ocorrência da tragédia a Arte levou seu filho Poesia para a escola, voltou para casa e preparou um café da manhã para o seu marido Sentimento antes que ele fosse trabalhar.
Os dois se beijaram, mas Sentimento não se deu conta de que seria a última vez que a veria.
Um amigo da família o Paixão disse que naquela mesma manhã a Arte havia ido em sua casa para visitar sua mulher a senhora Beleza.
As duas conversaram muito, Beleza disse que a Arte se mostrou muito revoltada com as guerras da atualidade.
Em nota a Senhora Beleza disse que a Arte chorou ao saber que sua maior inimiga a Morte ocupou o seu lugar, o vermelho que antes era a cor do amor virou a pintura de um sangue findável de uma jovem protestante.
Muito revoltada a Arte saiu da casa da família Paixão sem dizer para onde ia. Ela que por uma vida inteira foi representada em obras de grandes autores se viu obrigada a tomar uma decisão difícil.
Em um dia brumoso marcado por guerras e confrontos governamentais pelo mundo afora foi confirmada a morte da Arte, mas a mídia ainda não se deu conta, pois esta cobrindo as matérias sangrentas do Irã.
Na morte da Arte a tragédia maior foi de nós mesmos do nosso mórdido desejo de apenas nos prostarmos diante da televisão para de camarote assistirmos a desgraça alheia.
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