Tanto faz, tanto fez
Eu
estava indo para a faculdade, quando passei o pedágio da rodovia Presidente
Dutra, um transito infernal me esperava no trevo de Bonsucesso (Guarulhos). Ambulâncias,
carros do corpo de bombeiro, polícia militar e federal, buscavam espaço entre
os carros para tentar salvar uma morte que certamente já era certa.
Eu vi
pessoas correndo pelo acostamento cheio de carros desesperadas em seus
celulares buscando uma ajuda que não conseguia sair do lugar. O sentimentalismo
das pessoas que não estavam envolvidas diretamente naquele acidente era zero,
enquanto os que corriam no acostamento choravam outros faziam piada, o
motorista do ônibus em que eu estava descia no acostamento, acendia o seu
cigarro e subia uma vez ou outra quando os carros andavam. Ao lado, dentro de
um caminhão vi três homens sorrindo como se estivessem em um parque de
diversões travados nos carrinhos de bate - bate.
Na pista
além dos carros me deparei com vendedores ambulantes que aproveitaram o momento
de lentidão, para ganharem o dinheiro do pão.
De repente
uma ligação recebida por um passageiro que estava no ônibus em que eu estava,
dizia o motivo daquele trânsito infernal. Dois ônibus fretados colidiram-se. Provavelmente
um caminhão que estava quebrado do lado esquerdo da pista tenha sido o motivo
da colisão. Os alunos que estavam dentro do fretado se desesperaram e pularam a
saída de emergência do ônibus. Os mais prejudicados foram os motoristas, pois
receberam a maior força do impacto, pó de cerra foi jogado na pista para evitar
que o óleo que vazou do veículo se espalhasse ainda mais.
Os ônibus
envolvidos no acidente eram da empresa Grandino que tem a sua matriz situada na
cidade de Guarulhos e da empresa Starbel de Santa Isabel. A viajem seguiu eu
fui para a minha faculdade e o ônibus em que eu estava continuou até o seu
destino final.
Depois
quando eu cheguei em casa e me deparei digitando essa notícia, conclui que a
vida é rápida demais e eu devo aproveitá-la ao máximo, hoje foi um ônibus da
Starbel, mas amanhã pode ser o meu por isso eu tenho que estar preparado e
viver intensamente sem me preocupar com ninguém. Estou em segurança na minha
casa, assim como aqueles três que estavam rindo dentro daquele caminhão
provavelmente estão, assim como o motorista do meu ônibus que largou o volante para
ir fumar o seu cigarro no acostamento também está. Mas e os envolvidos
diretamente com aquela dor, que corriam desesperados em busca de um socorro
será que eles estão em suas casas? Ah isso tanto faz, tanto fez.
Bruno Martins
21/05/2012