Até onde um homem pode ir com a força de vontade? Mesmo quando o seu corpo parecia pedir descanso eterno, la estava ele resolvendo um problema nacional quando na sua vida haviam vários. Chegaria este homem a algum lugar?
José Alencar dezessete cirurgias, nove tumores e muita força de vontade. Alencar chegou longe, do interior de Minas a Brasília, aos quatorze anos saiu de casa largando papai e mamãe (uma maneira dócil como ele mesmo se referia aos seus pais, já com os seus quase oitenta anos) para mais tarde se tornar um grande homem público. Foi empresário, senador e até se tornou o vice do Filho do Brasil.
Para muitos Alencar foi tarde demais, pois a própria nação sofria com o mesmo a cada internação, um câncer atrás do outro e uma grande história de superação. Hoje o Brasil esta de luto, pois morreu a única esperança que lhe restava de uma política mais simples regada à honestidade de Alencar, morreu o herói de uma nação que trabalhava atrás dos bastidores para arrumar um Brasil que caminhava as margens da solidão.
Até onde um homem pode ir com a força dos seus braços que muitas vezes se tornam fracos e frágeis, não suportando nem o peso do seu corpo? Este homem certamente não chegará a lugar algum se no caminho dele existir uma pedrinha que ele se acha incapaz de chutá-la. Quantas pedras chutou José Alencar? Foram incontáveis ele construiu a sua própria escada definiu cada degrau na medida em que ele queria e subiu acreditando que um dia ele chegaria ao topo. Hoje a ousadia de Alencar o levou ao topo, ele não desafiou a morte, mas lutou contra ela até o fim, muitas vezes foi jogado contra a parede, mas não se rendeu. Hoje ele morreu? Não! Ele apenas foi fazer uma viagem sem volta, para esquecer os problemas, o câncer, as cirurgias, ele não aguentava mais olhar para a cara dos médicos. Alencar um dia voltará numa outra vida, pois deixou aqui um grande legado, uma grande história de fé e determinação.
Um amigo Armando Machado se aqui estivesse, diria que para poucos homens como José Alencar, morrer uma vez só ficou barato demais.
Bruno Martins
29/03/2011